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Empresas investem na estratégia de recrutamento



01.01.2000



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Empresas investem na estratégia de recrutamento

As empresas devem investir mais em estratégias de recrutamento num futuro próximo. Esta é uma das principais conclusões de um estudo do Boston Logistics Group, uma empresa norte-americana de logística e recrutamento. Os quatro enunciados mais relevantes que formulou, e que revelam tendências interessantes no seio das empresas, foram:


1. Os executivos seniores vão incrementar em 30 por cento a implementação de estratégias de recrutamento nos próximos quatro anos.

2. As empresas tencionam melhorar a sua performance através de esforços de centralização do recrutamento estratégico e da sua racionalização, que passarão pela redução e optimização dos fornecedores de recursos humanos.

3. Com menos fornecedores haverá um maior enfoque nos processos de recrutamento através da Internet.

4. O recrutamento global tem-se tornado um estilo de vida das empresas, em virtude da crescente disponibilidade de mão-de-obra qualificada e barata além-fronteiras, especialmente na China, e das tecnologias que viabilizam estas relações.

O aumento de 30 por cento no investimento em estratégias de recrutamento, ao nível dos executivos seniores, é um extraordinário desafio que se coloca à gestão dos recursos humanos. A procura de mão-de-obra tem-se tornado mais estratégica à medida que aumenta a integração dos fornecedores, requerendo um conjunto de habilitações mais diverso e robusto.

Ao longo da década de 80 e princípio da de 90, as empresas aumentaram as suas bases de recrutamento recorrendo a estratégias tão diversas como o recrutamento a nível global, o contrato a longo prazo e a progressiva integração nos quadros de pessoas contratadas.

Com o "boom" das novas tecnologias, na viragem do milénio, surgiram novas formas de identificar fornecedores e negociar com eles, pelo recurso a plataformas como os portais, os leilões e as transferências.

Assim que a bolha da especulação económica no mercado "on-line" rebentou, para onde migraram as estratégias de recrutamento de pessoal? Quais são, hoje, as ferramentas usadas pelas empresas, e quais as suas técnicas?

Os investigadores acreditam que as empresas devem recrutar e orientar uma nova geração de candidatos, investidos de experiência internacional e diversificada. Valoriza-se alguém que reuna habilitações tradicionais (como as matemáticas, a informática, a economia e as finanças), mas também as novas exigências do mercado, como capacidade de negociação e estratégica.

Apostar num processo de selecção rigoroso

Na entrevista ao candidato é importante verificar as suas referências e estudar o seu "background". O estudo do Boston Logistics Group recorda que, na era das "dot com", quando o capital abundava e era investido com relativa confiança, o Wall Street Journal acumulava relatos de funcionários, muitos deles em cargos elevados, que empolavam as suas realizações passadas para conseguirem um lugar.

Além disso, o silêncio é uma poderosa arma. Ao deixar o candidato exprimir-se durante algum tempo, mais facilmente se esboça o seu perfil e se percebe a forma como ele pensa.

As empresas devem possuir motivação, capacidade de monitorização e treino dos seus candidatos, e aspirar a uma exposição global. Os programas de monitorização podem tornar o recrutamento uma vantagem competitiva de grande monta. Um bom programa de acompanhamento dá aos candidatos oportunidades de progressão, ajuda-os a adquirir capacidades técnicas e fornece-lhes o aconselhamento de carreira necessário.

As certificações profissionais são uma forma relativamente barata de manter os candidatos motivados. Por outro lado, as empresas devem apostar em oportunidades de gestão que façam um cruzamento de culturas, num intercâmbio salutar que, a médio prazo, investe o candidato de técnicas de interacção e adaptação a orientações e locais de trabalho diferentes.

O desenvolvimento profissional requer uma educação continuada e uma boa gestão de conhecimentos. A formação tem obviamente de estar sujeita a uma permanente actualização. Aconselha-se ainda a prática de reunir todos os empregados e fazer o ponto de situação da empresa para os manter permanentemente actualizados. É que o custo de não investir em formação é superior ao de apostar nela. E, numa altura em que se prevê um reforço em estratégias de recrutamento, a aposta na formação e informação reveste-se de especial importância.

Helder Gomes






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